Movimentação será realizada em frente ao novo Hospital das Clínicas nesta quinta-feira, 27/5, às 7h30

Empregados públicos da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) realizam novo ato na manhã desta quinta-feira, 27/5, a partir das 7h30, em frente ao novo Hospital das Clínicas. A mobilização dá continuidade ao movimento dos trabalhadores, que se posicionam contrários à tentativa da direção da empresa em diminuir os salários dos que desempenham atividades na área da Saúde (área fim).

A principal questão em torno do Acordo Coletivo (ACT) 2020/2021 é que a Ebserh propôs um reajuste linear de R$ 550,00, condicionando o aceite à alteração do cálculo da insalubridade dos trabalhadores. Caso a proposta fosse aceita, o cálculo da insalubridade, que é de 20%, passaria a incidir sobre o salário-mínimo, e não sobre o vencimento básico do profissional. Isso reduziria o vencimento de milhares de trabalhadores da saúde em até 27%.

“A empresa aposta na divisão dos trabalhadores, sobretudo dos administrativos, que não recebem insalubridade. Mas nós, que representamos a categoria, queremos justamente o contrário: queremos levar a insalubridade para todas as áreas, mantendo o reajuste linear e estendendo o cálculo, como é feito atualmente, para todos os contratos”, informa o vice-presidente do Sintsep-GO e diretor da Condsef/Fenadsef, Gilberto Jorge Cordeiro.

Além dos administrativos que não recebem a insalubridade, os trabalhadores da Saúde que foram contratados após 2019 têm a insalubridade incidente sobre o salário-mínimo. “A maioria, no entanto, que são os contratados antes de 2019, possui a insalubridade sobre o vencimento básico. Esse é um direito que queremos ampliar, não restringir”, ressalta Gilberto.

Embora a categoria não esteja em greve, cumprindo decisão expedida pelo Tribunal Superior do Trabalho, eles permanecem em estado de mobilização, pois não irão aceitar nenhuma tentativa de redução salarial, como a empresa está propondo. O movimento, inclusive, passou a contar com o apoio dos residentes multi, que também possuem uma extensa pauta de reivindicações, dentre elas, o pagamento em dia das bolsas e bonificações salarias, bem como vacinação em massa para todos eles.

Saiba mais
De acordo com dados oficiais, a aprovação do acordo, nos moldes como a Ebserh apresentou, representaria perda de salário para 25.198 profissionais da empresa em todo o país, o que corresponde a 86,11% dos trabalhadores celetistas da Ebserh da área fim. Com isso, o ‘reajuste linear’ ofereceria recomposição salarial a apenas 4.064 trabalhadores (13,89% dos empregados) – que, ou não recebem insalubridade por serem de áreas administrativas (algo que em um ambiente hospitalar é questionável), ou foram contratados após 2019, já com o percentual de insalubridade calculado sobre o salário-mínimo.

Em nova propostas apresentadas pela empresa, a direção da Ebserh não abre mão da mudança no cálculo do adicional de insalubridade, o que os trabalhadores não aceitam.