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Reunidas na última segunda-feira (05), na sede da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), entidades representativas de mais de quinze categorias com acordos firmados agendaram mobilizações para pressionar o Governo a encaminhar uma medida provisória (MP) com reajustes para mais de 800 mil servidores, entre ativos e aposentados. Juntas, CUT, CTB, Condsef, Fasubra, Proifes, CNTSS e Sinpec-PF encaminharam ofício aos ministros Paulo Bernardo, Dilma Rousseff e para o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Ferreira. As entidades pediram audiência nesta quarta, 7 de maio, para defender o envio imediato de uma MP ao Congresso Nacional. Neste mesmo dia, às 14 horas, servidores espalhados por todo Brasil realizaram manifestações em repúdio à morosidade no envio dos reajustes. Caso a MP não seja encaminhada até essa data, outra manifestação mais intensa deve acontecer no dia 14 de maio, em Brasília, reunindo caravana de vários estados. Até lá as entidades devem realizar assembléias e não descartam dar início a uma greve em defesa dos acordos firmados.

No grupo de categorias dispostas a paralisar suas atividades estão servidores do Incra, HFA, Cultura, administrativos da Polícia Federal, servidores do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE), dos ministérios da Previdência, Saúde, e Trabalho, incluindo Funasa, que fazem parte da chamada Seguridade Social ou CPST (Carreira da Previdência, Saúde e Trabalho), professores, técnicos das escolas universitárias, entre outros. Todos se dizem cansados e revoltados por esperar, desde fevereiro, o envio de uma medida provisória ao Congresso.

Desde o final de abril os ânimos vêm se exaltando a cada dia. Uma audiência o presidente da CUT, Artur Henrique, foi determinante. Nela o ministro Paulo Bernardo chegou a confirmar, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que os reajustes seguiriam no dia 29 para o Congresso. A previsão acabou não se confirmando. Sabe-se que a proposta está em análise na Casa Civil, mas a data para envio ao Congresso (que é o que todos esperam) ninguém confirma.

Novela – A espera pelos reajustes acabou se transformando numa novela ainda sem data para o capítulo final. “Ninguém vai tolerar mais essa demora, não vamos ficar de braços cruzados esperando o Governo decidir quando vai enviar esses reajustes. Estamos intensificando a pressão e se for preciso faremos greve sim”, disse Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef.

A Condsef também está preocupada com o envio do segundo pacote com reajustes para categorias que firmaram acordos recentemente. Neste grupo estão servidores do DNIT, administrativos do Ministério da Fazenda, Ciência e Tecnologia, entre outros. Todos também mobilizados e de olho no envio de suas propostas para o Congresso.

A grande preocupação está no tempo para que as propostas sejam votadas. Como se trata de ano eleitoral o Congresso tem até o dia 30 de junho para votar os reajustes, depois disso, os servidores correm risco de acumular mais um ano sem aumento salarial. “Não bastasse o arrocho a que muitas categorias foram submetidas ao longo da última década, ficar sem aumento por mais um ano é impensável para a grande massa de servidores do Executivo”, destacou Costa. “Pelos ânimos exaltados podemos dizer que a disposição da categoria para lutar pelos acordos firmados é grande. O Governo corre risco de enfrentar uma crise no setor público se não encaminhar esses reajustes logo”, assegurou.

Fonte: Condsef