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Sendo um dos principais articuladores das várias ações, em nível nacional, que ocorreram nesta última semana, em Brasília, o Sintsep/GO esteve presente na capital federal desde o dia 07 de julho, segunda-feira, representado por seus dirigentes Ademar Rodrigues e Gilson Filho. Antes que toda a caravana de Goiás – integrada por 73 companheiros(as) – chegasse, na terça-feira (08), eles já estavam preparando o terreno, em reuniões com a Condsef, com o Sindsep/DF e outras entidades de trabalhadores que já estavam presentes na Capital para integrar os movimentos de pressão pela aprovação das emendas na suposta votação da MP 431/08.

Terça foi dia de pressão
Durante a manhã, os 73 companheiros de Goiás (de órgãos como Incra, SRTE/GO, Funai, Ibama, anistiados da Conab, Funasa, etc.) se integraram aos servidores de Brasília, do Amazonas, de Roraima, de Minas Gerais, do Tocantins e do Piauí, entre outros, para a realização de um protesto. Os trabalhadores saíram da Catedral e se concentraram em frente aos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Casa Civil e Saúde. “Nos três atos, o assunto foi o mesmo: a aprovação das emendas na MP 431. Mas, especialmente no Ministério da Saúde – onde foi recebida uma comitiva de servidores da qual fazia parte nosso companheiro Vicente – e da Casa Civil, fizemos uma forte defesa da ampliação da Gacen para aqueles que ficaram fora da gratificação”, disse Ademar, presidente do Sintsep/GO.

À tarde, comitivas de trabalhadores visitaram os gabinetes dos deputados federais, também em busca de apoio à aprovação das emendas. “Visitamos todos, não ficou nenhum sem receber uma comitiva de servidores públicos federais”, ratificou Ademar.

MPOG: “Gacen será ampliada”
Na quarta-feira (09), enquanto parte dos servidores acompanhava os desdobramentos da hipotética votação da MP 431 no Congresso, representantes dos servidores realizaram também duas reuniões no Ministério do Planejamento. Na primeira, foram debatidas exaustivamente a importância da aprovação das emendas, especialmente o aumento da pontuação mínima da Gratificação de Desempenho para os ativos (50 pontos), a reabertura do prazo de opção pela Carreira da Seguridade Social e a ampliação da Gacen.

Na segunda reunião, à tarde, dirigentes do Sintsep/GO, da Condsef, e do Sindsep/DF ouviram do Planejamento uma proposta verbal de extensão da Gacen para algumas categorias. “Por via das dúvidas, a Condsef pediu uma proposta por escrito. Estamos receosos porque, pela conversa, apesar do governo estender a Gacen, ela não será ampliada irrestritamente aos cinco mil que ficaram fora da primeira proposta, que é o objetivo da nossa luta, mas apenas para algumas categorias”, revelou Ademar.

Frustração
Ao se confirmar a notícia que a votação da MP seria jogada para a próxima terça-feira (15), houve revolta, vaia e muita frustração por parte dos servidores, especialmente dos 150 que conseguiram obter as senhas de entrada ao plenário da Câmara. “O pior foi a forma como aconteceu o adiamento. Estamos enxergando claramente uma manobra política do governo para não aprovar nenhuma das emendas à MP”, elucidou o presidente do Sintsep/GO.

Durante a sessão, o relator da proposta, deputado Geraldo Magela (PT-DF), afirmou que haviam divergências entre os líderes dos partidos que deveriam ser sanadas antes da votação. Lideranças do Democratas (ex-PFL) queriam votar o projeto, enquanto os líderes do PT e do PSDB propuseram adiamento para a próxima semana.

Alguns parlamentares, juntamente com os trabalhadores, pediram que Magela lesse, ao menos, uma síntese do relatório da MP. Ele, no entanto, preferiu não ler, e deixou para a próxima semana, com a garantia de que o texto seria “aprimorado”. “É preciso deixar as coisas claras. Na nossa avaliação, o Magela acatou as sugestões de emendas, e está sendo pressionado pelo governo a não aprova-las no relatório final. O Executivo não irá aprovar as emendas que foram sugeridas pelos servidores e quer jogar o desgaste no Legislativo”, analisou Ademar.

ANÁLISE
Por conta desse cenário, o presidente do Sintsep/GO adverte aos servidores que a única viabilidade deste projeto ser votado de forma bem sucedida para os trabalhadores é através da pressão. “Quando o Magela viu aquela galeria lotada de servidores e não leu o relatório do projeto fica o questionamento, não leu por quê? Claro que é porque os trabalhadores iriam ficar enfurecidos, diante de um relatório que não contemplaria nossas reivindicações. Se nós não estivéssemos lá, a MP certamente teria sido votada em sua versão original, como veio do Executivo”, acredita Ademar.

Nesse sentido, o Sintsep/GO convoca todos os servidores públicos federais, não só de Goiás, a ficarem atentos, a marcarem presença no sindicato e, por conseguinte, em Brasília. “As categorias que ainda não negociaram não devem perder tempo, tem que marcar posição. Se não ficarmos em cima, o governo vai passar rolo compressor nessas votações e nós, trabalhadores, teremos perdido uma excelente oportunidade de garantir melhorias e minorar algumas perdas”, finaliza o dirigente sindical.