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Nesta quinta-feira será comemorado o 1º de maio, Dia do Trabalho. Para os trabalhadores do serviço público federal, no entanto, o feriado deve ser um dia de luto. A categoria está sem o que comemorar. A situação piora com o descaso com que o Governo vem tratando o envio dos reajustes negociados para mais de 800 mil servidores de diversos setores. Os que aguardam a conclusão de seus processos de negociação seguem preocupados. Para os servidores do PGPE e Seguridade, por exemplo, que há tempos estão com salários defasados, os reajustes negociados estão longe de ser o ideal, mas é grande a ansiedade para ver os novos valores implantados nos contracheques. Na última sexta-feira (25), o ministro Paulo Bernardo chegou a informar ao presidente da CUT, Artur Henrique, durante audiência em que participou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que os reajustes seguiriam ontem (29) para o Congresso Nacional. A previsão acabou não se cumprindo. A Condsef vai procurar todas as entidades que possuem acordos firmados e quer fazer um movimento unificado para pressionar o Governo a enviar uma Medida Provisória (MP) imediatamente ao Congresso.

Na tarde de ontem, a CUT voltou a entrar em contato com o Ministério do Planejamento que informou que a peça legal contendo os reajustes continua em poder da Casa Civil. Na Casa Civil a informação é de que os técnicos estão realizando um trabalho minucioso de análise de 212 artigos distribuídos em 88 anexos. Mas a data para o envio da proposta ao Congresso (que é o que todos esperam) ninguém soube confirmar. Durante todo o dia, a Condsef recebeu telefonemas de quase todos os estados brasileiros de servidores que se diziam irritados com o que acabou virando um jogo de empurra.

Também não foi confirmado se a proposta seguirá por MP ou Projeto de Lei (PL). Sabe-se apenas que o Governo está inclinado a enviar os reajustes por meio de MP. É o que prefere a maioria dos servidores já que com a publicação de uma MP no Diário Oficial da União (DOU) os reajustes podem ser automaticamente aplicados no contracheque.

Cobrança continua – Nesta quarta-feira (30), a Condsef volta a cobrar o envio das propostas de reajuste ao Congresso. Até que a MP esteja publicada no DOU, a Confederação, apoiada pela CUT, segue mantendo a pressão junto ao Governo. “Pelos telefonemas que recebemos dá para sentir que esta demora pode provocar uma reação em massa”, disse Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Condsef. “O que podemos dizer é que a paciência das categorias que firmaram acordo com o governo ainda em fevereiro já se esgotou”, concluiu.

Fonte: Condsef