A união de todos em torno do Dia Nacional de Mobilização, Paralisação e Greve dos Servidores Públicos Federais, que acontecerá no próximo dia 16 de março, será de fundamental importância para que o governo decida negociar com a categoria

Os servidores federais que estão mobilizados por uma reposição salarial imediata e linear de 19,9% têm até o dia 4 de abril para pressionar o presidente Jair Bolsonaro pela garantia de seus direitos. Caso não haja correção salarial neste momento, ela só poderá ser feita em 2024. Ou seja, não há tempo a perder. A união de todos em torno do Dia Nacional de Mobilização, Paralisação e Greve dos Servidores Públicos Federais, que ocorrerá no próximo dia 16 de março, será de fundamental importância para que o governo decida negociar com a categoria.

Até o momento, o governo se negou a iniciar um processo de negociação, apesar dos servidores federais estarem, em sua maioria, há mais de cinco anos sem reposição salarial, acumulando perdas de até 30%.

Por outro lado, Bolsonaro fecha os olhos para os aumentos consecutivos e abusivos dos preços dos combustíveis e gás de cozinha. Mais um aumento foi anunciado na quinta-feira (10/3), castigando a toda a população brasileira. O reajuste foi de 18,77% para a gasolina, de 24,9% para o diesel e de 16% para o gás de cozinha.  Os reajustes consecutivos vêm ocorrendo no Brasil porque o governo Michel Temer adotou e Bolsonaro manteve uma política de dolarização dos preços dos combustíveis. E esses aumentos consecutivos influenciam a subida de preço dos alimentos, das tarifas públicas e de todos os produtos comercializados no país

Bolsonaro afirma que irá conceder a reposição salarial apenas aos servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional. Mas todos os 1,257 milhão de servidores federais ativos, aposentados e pensionistas estão sofrendo com a inflação.

“Todos os servidores, assim como toda a população brasileira, estão sendo penalizados com esses aumentos. Mas Bolsonaro não está governando para todos. Ele continua querendo beneficiar apenas os que ele acreditar fazer parte da sua base de apoio. Desde o início do seu governo, o presidente demonstrou, por diversas vezes, que não respeita os servidores. Pois bem. Chegou a hora de mostrarmos a nossa força e pararmos esse país mais uma vez”, comentou o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo.  

Campanha
Diante do desprezo com quem vem tratando os servidores, a categoria decidiu se mobilizar para uma greve geral. O Dia Nacional de Mobilização, Paralisação e Greve dos Servidores Públicos Federais (16/3) contará com manifestações nas ruas e locais de trabalho das capitais e cidades do interior de todos os estados brasileiros, além de um grande ato em Brasília e mobilização nas redes sociais. O Sintsep-GO irá participar do ato nacional nas redes e também presencialmente, enviando seis ônibus à capital federal, que sairão de Goiânia e de municípios do interior do Estado.

No dia 16 será dado um ultimato ao governo Bolsonaro. A partir desta data, o governo terá sete dias para atender às reivindicações dos servidores. Caso não haja negociação e fechamento de um acordo até o dia 23 de março, deverá ter início uma greve geral por tempo indeterminado.

Você sabe por que o governo não pode conceder reajuste após 4 de abril e até o final de 2023?

É que a Lei de Responsabilidade Fiscal dá ao presidente até o dia 4 de julho para oferecer reajuste em ano eleitoral. Isso para que aumentos não sejam dados nas vésperas da eleição, influenciando o voto. Além disso, em 2020, foi aprovada uma legislação que proíbe a reavaliação de salários em anos de transição de mandatos de governadores e presidentes, o que ocorrerá em 2023.

“Por isso, temos até o dia 4 de abril para lutarmos por nossa reposição! A inflação está aumentando os preços dos produtos dia após dia. Acabamos de ter mais um reajuste dos preços dos combustíveis e os servidores precisam de alívio financeiro. Vamos nos mobilizar! Precisamos unir forças a favor dos serviços públicos, a favor dos nossos direitos e a favor da democracia do nosso país”, concluiu Sérgio Ronaldo.

Com informações da Condsef/Fenadsef