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Mais uma vez, protesto reunindo trabalhadores de diversas categorias, estudantes e sociedade civil organizada foi duramente reprimido pela polícia em Brasília

Alheio aos apelos da maioria da população brasileira que se posicionou contrária a aprovação da PEC 55/16, a PEC da Morte, o Senado aprovou em 2º turno a proposta que congela investimentos públicos pelos próximos 20 anos. Dados e análises de centenas de especialistas também foram ignorados e por 53 votos a favor e 16 contra, os senadores aprovaram um projeto sem precedentes no mundo. Em entrevista recente à Carta Capital, o relator das Nações Unidas para Pobreza Extrema, Philip Alston, avalia que toda uma geração está condenada. Alston afirmou que nenhum governo poderia restringir orçamento de gestões futuras. A manifestação, ocorrida na Esplanada dos Ministérios, durante a sessão que aprovou a PEC, contra a reforma da Previdência e pela manutenção de direitos dos trabalhadores foi duramente reprimida pela polícia.

Há relatos de que mesmo após submeter pessoas que estavam acessando a Esplanada a uma revista completa a polícia fez uso de bombas de efeito moral e da cavalaria para não deixar que ninguém se aproximasse do Congresso Nacional. Um vídeo divulgado ao vivo pela Mídia Ninja mostra a manifestação cantando “o povo unido jamais será vencido” enquanto resiste aos ataques com bombas para dispersar o movimento. Para a Condsef e o Sintsep-GO, o cerceamento do direito do cidadão de se manifestar e a repressão violenta a protestos legítimos e pacíficos são sinais graves de que já vivemos em um estado de exceção. A criminalização dos movimentos sociais também deve ser fortemente combatida por todos aqueles que defendem e respeitam a democracia.

Resistência nas ruas deve continuar – No último dia 29, quando milhares se reuniram em protesto durante aprovação em 1º turno da PEC da Morte a repressão se repetiu. A manifestação que corria pacífica terminou com muitos relatos de violência que voltam a ocorrer nesta terça. Esse é um cenário completamente inaceitável.

A população precisa unir forças, pois os ataques aos direitos da maioria não vão parar nessa PEC. Enquanto este governo ilegítimo garante maioria no Congresso todas essas propostas que afetam a vida de milhões de brasileiros são aprovadas sem debate profundo. “Estão passando um rolo compressor nos direitos dos trabalhadores, nós servidores vamos seguir unidos e nas ruas com a população para barrar esses ataques”, disse Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef.

A agenda política imposta não tem deixado dúvida de que o ataque aos direitos da classe trabalhadora está na ordem do dia. Mas também não resta dúvida de que a luta em defesa desses direitos precisa e vai acontecer. Devemos seguir reforçando nossa unidade e mobilização. Juntos somos fortes. Nenhum direito a menos. Nenhum passo atrás.

Com informações da Condsef