O cálculo considera o custo para suprir as necessidades básicas – cesta básica, moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência – de uma família com 4 pessoas

Em janeiro deste ano, o salário mínimo necessário para garantir os produtos e serviços básicos para uma família com quatro pessoas deveria ter sido de R$ 4.347,61. O valor é 4,18 vezes o salário mínimo em vigor no mês passado, de R$ 1.039 – o valor do mínimo foi reajustado para R$ 1.045 a partir de fevereiro.

A estimativa, divulgada na quinta-feira (6/2), foi feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) com base nos dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente em 17 capitais brasileiras.

O DIEESE faz mensalmente o cálculo do salário mínimo necessário com base na cesta mais cara e na determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e as de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em janeiro, a cesta básica mais cara foi a de São Paulo (R$ 517,51), seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 507,13) e por Porto Alegre (R$ 502,98). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 368,69) e Salvador (R$ 376,49).

Quase 49 milhões de brasileiros ganham um mínimo por mês
De acordo com o Dieese, quase 49 milhões de brasileiros têm rendimento referenciado no salário mínimo, sendo que 23,7 milhões são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), além de trabalhadores da iniciativa privada (10,9 milhões), por conta própria (10,2 milhões), domésticos (3,9 milhões) e empregadores (255 mil). 

Fim da política de valorização do salário mínimo
Com a eleição de Jair Bolsonaro, caíram por terra as chances do trabalhador que ganha o piso nacional ter uma melhora no poder de compra como aconteceu durante os governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.

Para fazer a correção do salário mínimo para 2020, o Orçamento da União levou em conta apenas a inflação medida pelo Índice Nacional dos Preços ao Consumidor (INPC), sem aumento real como previa a Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo criada nos governos do PT. Quando Lula assumiu no primeiro mandato, em 2003, o salário mínimo representava cerca de 29% do valor de julho de 1940, quando foi instituído. Em dezembro do ano passado representava 50,85% daquele valor.

Com a política de valorização, de 2003 a 2017, o ganho real, ou seja, acima da inflação, foi de 77,01%, segundo estudo do Dieese. “É essa política que este governo pró-mercado, que beneficia patrão e prejudica trabalhador em todas as medidas anunciadas, exterminou”, afirmou a técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional, Adriana Marcolino.

Fonte: CUT Brasil