.

A paciência de mais de 800 mil servidores, entre ativos e aposentados, que aguardam a implantação dos reajustes negociados com o Governo, chegou mesmo ao limite. Revoltados, muitos já falam em dar início a uma greve para pressionar pelo envio imediato de uma medida provisória (MP) ao Congresso Nacional. As últimas notícias veiculadas na imprensa que dão conta de problemas orçamentários para garantir os reajustes também irritam o grupo de servidores que firmaram acordos ainda em fevereiro. Neste grupo estão Incra, HFA, Cultura, administrativos da Polícia Federal, PGPE, Seguridade Social, professores, técnicos das escolas universitárias, entre outros. Por acreditar que não há como justificar mais a demora, a Condsef está organizando, para sexta-feira (9), uma reunião com todas as entidades que representam as categorias com acordo firmado. O objetivo é unificar a luta para aprovação dos reajustes.

“Os reajustes negociados para as categorias que mais acumularam perdas salariais na última década estão longe do ideal, mas já estão fazendo falta no bolso dos trabalhadores”, disse Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef. Para se ter uma idéia, muitos começam a se preocupar com o que vão perder na primeira parcela quando os reajustes forem implantados. Como serão retroativos a março, quanto maior a demora, maiores devem ser os descontos no Imposto de Renda (IR) que a categoria terá que amargar. “Os servidores que representamos precisam de cada real incluído a mais nos salários já bastante defasados por anos de arrocho”, destacou Costa.

A Condsef está preocupada também com os setores que ainda estão em processo de negociação. “O tempo está se esgotando e não estamos dispostos a esperar mais para ver nossos acordos e compromissos firmados”, disse Costa.

Novela – Desde o dia 20 de fevereiro os servidores esperam o envio de uma medida provisória ao Congresso. Um dos últimos capítulos da novela que virou a espera pelos reajustes aconteceu na sexta-feira (25), quando o ministro Paulo Bernardo chegou a informar ao presidente da CUT, Artur Henrique, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que os reajustes seguiriam dia 29 para o Congresso. A previsão acabou não se cumprindo.

Para deixar todos ainda mais angustiados, o Governo também não confirma se a proposta seguirá por MP ou projeto de lei (PL). Sabe-se apenas que há uma inclinação ao envio dos reajustes por MP. É o que prefere a maioria dos servidores já que com isso os reajustes podem ser automaticamente aplicados no contracheque.

Hoje a Condsef voltou a cobrar o envio das propostas ao Congresso. Até que a MP esteja publicada no DOU, a Confederação, apoiada pela CUT, segue mantendo a pressão junto ao Governo. Na Casa Civil a informação é de que os técnicos estão realizando um trabalho minucioso de análise de 212 artigos distribuídos em 88 anexos. Mas a data para o envio da proposta ao Congresso (que é o que todos esperam) ninguém sabe confirmar.

Fonte: Condsef