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Se continuar adotando a agenda derrotada nas urnas, governo da presidente Dilma deverá sofrer com reação da classe trabalhadora

As medidas tomadas até agora pelo governo da presidente reeleita, Dilma Rousseff, têm gerado uma onda de insatisfação na camada que contou com o maior número de apoiadores da continuidade de seu mandato: a classe trabalhadora. Se continuar adotando a agenda política que foi derrotada pela maioria da população brasileira nas urnas, a presidente deverá enfrentar consequências com a reação dos que estão sofrendo a perda de direitos. A Condsef acompanha com preocupação as decisões e alerta sua base para que fique atenta uma vez que o funcionalismo costuma surgir no cenário como responsável por desequilíbrio em contas públicas e se torna vítima fácil quando o assunto é “cortar gastos”. Reunidas nesta segunda-feira, 19, com ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República (Miguel Rosseto), do Planejamento (Nelson Barbosa), da Previdência (Eduardo Gabas) e do Trabalho (Manoel Dias), as centrais sindicais, entre elas a CUT, declararam insatisfação com as medidas tomadas nesse reinício de mandato de Dilma.

Nesta terça, 20, a CUT publicou uma entrevista com o presidente Vagner Freitas onde ele relata algumas preocupações levantadas durante a reunião das centrais com os ministros. Na reunião, segundo a CUT, o Executivo frustrou as expectativas ao dizer que não revogaria as medidas. Mas, sinalizou a possibilidade de mudanças no conteúdo das ações. A CUT deixou claro que não concorda com as medidas provisórias que retiram direitos. Primeiro porque a questão não foi sequer discutida com os representantes da classe trabalhadora e depois porque os trabalhadores não vão arcar com a conta de um ajuste fiscal que o governo quer fazer. Para combater esse cenário adverso e mostrar ao governo a insatisfação dos trabalhadores com os rumos que o governo tem sinalizado que irá tomar, a CUT e outras centrais organizam para o próximo dia 28 um Dia Nacional de Luta por Empregos e Direitos. A Condsef e todas as suas filiadas vão se unir às atividades que devem acontecer nas principais cidades do País.

Mais uma vez a Condsef reforça e acredita que o governo deverá sofrer com a reação da classe trabalhadora se continuar adotando a agenda política derrotada nas urnas. Deve haver reação enquanto falta saúde, educação, segurança, transporte digno e sobra descaso, corrupção e impunidade. Os problemas vistos e sentidos pela população têm origem no baixo nível dos investimentos públicos ao longo dos anos. A falta de uma política de Estado forte cobra sua conta justamente daqueles que já pagam caro por ela: a população brasileira. E no atual modelo de investimentos adotado no Brasil, ainda que continue pagando muito e mais caro, a população nunca terá acesso a serviços de qualidade.

As manifestações que devem continuar caso o cenário continue adverso vão continuar refletindo a angústia e os anseios de uma população que demonstra cada vez mais o repúdio a políticas de governo que privilegiam minorias. As reações vão continuar enquanto o governo seguir adotando uma política que privilegia minorias ricas enquanto sobretaxa a maioria menos favorecida com ações, como o recente veto a redução do Imposto de Renda que aliviaria muitos trabalhadores, somado ao aumentando sucessivo de preços e impostos sem se importar em devolver ao povo serviços públicos de qualidade. Esse não pode ser o caminho escolhido pelo governo que, apesar das dificuldades avistadas e reconhecidas, continuou contando com o apoio da maioria da classe trabalhadora, parcela da população que sabe e irá cobrar com mobilização e luta os compromissos firmados com ela.

Sintsep-GO com Condsef