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Oficiais e assistentes de chancelaria paralisaram suas atividades nesta terça-feira (10) por 24 horas e realizaram pela manhã uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, reivindicando equiparação de salários com os diplomatas do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Na primeira greve da história do Itamaraty, eles paralisaram as atividades em, pelo menos, 80 postos de atendimento no exterior, prejudicando os serviços de emissão de passaportes, concessão de vistos, atendimento a brasileiros no exterior, entre outras ações.

Entre as principais cidades onde os postos de atendimento foram fechados, estão Nova York e Los Angeles (Estados Unidos), Tóquio (Japão), Madri (Espanha), Berlim (Alemanha), Roma (Itália) e Cidade do México (México).

Apesar da manifestação, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão informou que não iria receber os grevistas, pois já havia negociado a questão do aumento salarial diretamente com o Itamaraty.

“Houve realmente um contato entre as duas instituições, mas, em todo o contato, uma das características é a nossa ausência e é isso o que nós queremos que pare. Nós queremos participação nas discussões, ninguém melhor do que eu para discutir os meus interesses”, afirmou o presidente do Conselho Nacional de Chancelaria (Conac), Alexey Van der Brook.

“É preciso que nós estejamos presentes para realmente negociarmos”, acrescentou o presidente da Associação Nacional de Oficiais de Chancelaria, Antônio Carlos Toneto. De acordo com ele, existem problemas na comunicação das decisões referentes à carreira dos oficiais e assistentes. “Não existe transparência, uma coisa é dita para a gente e outra coisa é feita no Planejamento”, disse.

Outra reivindicação dos oficiais é o preenchimento das vagas em aberto na carreira, mediante a realização de concurso público. “Nós temos nos multiplicado nos postos no exterior, assumindo diversos serviços, o que compromete a qualidade “, completou Van der Brook.

Nesta quarta-feira (11/06), oficiais e assistentes de chancelaria voltam ao trabalho, até que seja apresentada uma posição do MRE no que diz respeito às negociações. De acordo com Van der Brook e Toneto, o Itamaraty sinalizou uma possibilidade de os servidores serem incluídos no diálogo com o Ministério do Planejamento. Na próxima semana, deve ser realizada uma nova assembléia, para decidir os rumos do movimento.

Fonte: Agência Brasil