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O fórum composto por 31 entidades nacionais em defesa dos servidores e serviços públicos se reúne mais uma vez nesta terça, dia 25, na sede da Condsef. Esta é a semana em que o governo voltou a dar como prazo para apresentar resposta formal à pauta unificada de reivindicações dos federais. No encontro, as entidades discutiram e definiram novas ações de pressão para buscar avanços nos diálogos estagnados no Ministério do Planejamento e conquistar atendimento das demandas mais urgentes da categoria.

No atual modelo de investimentos adotado no Brasil, ainda que continue pagando cada vez mais impostos, a população nunca terá acesso a serviços públicos de qualidade. As manifestações que devem continuar ocorrendo nada mais são que um reflexo da angústia e dos anseios de uma população que demonstra cada vez mais o repúdio a políticas de governo que privilegiam minorias. Deve haver reação enquanto falta saúde, educação, segurança, transporte digno e sobra descaso, corrupção e impunidade. Os investimentos questionáveis para que o Brasil sedie a Copa do Mundo também vão continuar mobilizando a sociedade. A Condsef reforça o coro dos críticos preocupados com as contas que a população terá que pagar para que o Brasil possa sediar a “festa do futebol”.

Falta de transparência em licitações, programa de privatização em aeroportos, portos, estradas, empréstimos bilionários para construção de estádios, obras em infraestrutura atrasadas em todo Brasil. Afinal, vale a pena pagar uma conta alta para sediar a Copa enquanto a população continua vivendo o caos nos serviços essenciais? Sob o pretexto de mostrar ao mundo um grande espetáculo e driblar os problemas que se multiplicam na organização dessa Copa, o governo tem lançado mão de uma série de recursos que podem trazer graves consequências ao setor público em curto, médio e longo prazo, tornando ainda mais frágeis serviços que hoje já não conseguem atender a demanda interna.

Os problemas vistos e sentidos pela população têm origem no baixo nível dos investimentos públicos ao longo dos anos. A falta de uma política de Estado forte cobra sua conta justamente daqueles que já pagam caro por ela: a população brasileira. Até aqui o mundial não tem se mostrado um bom negócio para a maioria dos brasileiros. Os esforços promovidos para fazer desta a melhor Copa dos últimos tempos esbarram em muitas traves e provocam a sensação de que tantas “bolas fora” vão deixar marcas profundas. Quando a ressaca da festa passar, o Brasil pós Copa pode levar bem mais que quatro anos para se recuperar de tantos baques.

Fonte: Condsef