Nessa quinta, 12/5, entidades reunidas no Fonasefe, incluindo a Condsef/Fenadsef, participam de ato na Praça dos Três Poderes onde seguem cobrando do governo Bolsonaro abertura imediata das negociações e reposição salarial justa

Puxada pelos aumentos dos preços com alimentação, transportes, bebidas, saúde e cuidados pessoais, o Brasil passa por seu período de maior inflação em 26 anos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 1,06% em abril, maior variação para um mês de abril desde 1996 (1,26%). Só este ano a alta acumulada já ultrapassa os 4% e a dos últimos doze meses voltou a superar os dois dígitos (12,13%). Por diálogo e uma reposição salarial emergencial justa para todo o funcionalismo, nessa quinta-feira, 12/5, a partir das 16h, entidades reunidas no Fonasefe, incluindo a Condsef/Fenadsef, participam de ato na Praça dos Três Poderes. Essa semana o Fonasefe também deve definir detalhes de uma nova Jornada de Lutas em defesa da pauta emergencial dos servidores.

Com salários congelados há mais de cinco anos, servidores voltam a ser assombrados por uma drástica perda em sua remuneração. O arrocho está trazendo de volta a memória os “anos de chumbo”, como principalmente os oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) ficaram conhecidos, já que no período houve forte arrocho e muitos anos de salários congelados. À época, inclusive, muitos servidores precisavam de uma complementação em seus vencimentos básicos, já que o valor era inferior ao salário-mínimo e, por lei, um trabalhador não pode receber menos. 

Além disso, aumentam a revolta comentários infelizes como o de Paulo Guedes, ministro da Economia, que já disse que conceder reajustes a servidores poderia destruir a economia e trazer de volta a inflação. “É um absurdo querer colocar na conta dos servidores que estão com seus salários congelados os efeitos perversos provocados por esse governo”, destaca Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef. “Não podemos admitir que retrocessos tão grandes aconteçam em nosso país”, pontuou.

Enquanto isso, o governo Bolsonaro continua insistindo em não abrir um canal efetivo de negociações para discutir uma reposição salarial justa para o funcionalismo. O cenário é de incertezas já que a possibilidade de 5% linear é apenas hipotética. Além do percentual não agradar, como reconheceu recentemente Bolsonaro, há muitas dúvidas, entre elas está saber se o percentual seria aplicado apenas no vencimento básico ou no valor total do salário. Outro ponto é entender se aposentados e pensionistas estariam contemplados e como.

Ampliar a mobilização é urgente
A tática de Bolsonaro vem sendo a de empurrar a crise com o funcionalismo enquanto seu governo ganha tempo usando a mídia para testar a reação dos servidores a propostas que vão sendo ventiladas sem nenhum respaldo formal. A última informação divulgada seria de que a decisão do governo sobre reajuste do funcionalismo deve ser tomada até o dia 22 desse mês para ter “segurança jurídica”

Uma coisa é certa. Só a ampliação da mobilização dos servidores poderá conseguir avanços nesse cenário. Por isso, a categoria segue ampliando a pressão por negociações e uma reposição emergencial justa para todo o funcionalismo. Não é mais possível suportar a falta de diálogo, conviver com o aumento da inflação, a falta de investimentos no setor público, o congelamento e o arrocho salarial imposto por esse governo.

Com informações da Condsef/Fenadsef