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A candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) � Presid�ncia da Rep�blica, Dilma Rousseff, fala, nesta entrevista sobre o funcionalismo p�blico, a pol�tica de substitui��o de terceirizados por concursados e, ainda, em rela��o �s oportunidades geradas pelo pr�-sal e pela Copa do Mundo de 2014 que ser� realizada no Brasil. Ela diz que um bom exemplo das mudan�as protagonizadas pelo governo Lula foi a cria��o da carreira de analista de infraestrutura. Os minist�rios agora est�o tendo engenheiros, profissionais imprescind�veis para a implementa��o do PAC. Nascida em Belo Horizonte, Dilma formou-se em Economia e come�ou a carreira pol�tica como secret�ria da Fazenda de Porto Alegre (RS). Em seguida, ela foi ministra de Minas e Energia do Rio Grande do Sul. No governo do presidente Lula, a candidata ocupou os cargos de ministra de Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil. Na hip�tese da candidata ser eleita, ela tamb�m precisar� adotar medidas rigorosas na �rea fiscal para conquistar a confian�a dos agentes financeiros. Uma delas seria adotar um superavit prim�rio de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB), sem descontar investimentos no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC). A redu��o dos gastos p�blicos � importante quanto ao aperto monet�rio adotado no in�cio de 2003 para combater a infla��o e demonstrar que o governo teria austeridade monet�ria.

Qual a sua principal plataforma de governo?
Para o Brasil seguir mudando � o nome da nossa coliga��o e diz qual � a nossa proposta: dar prosseguimento nas mudan�as econ�micas e sociais realizadas pelo presidente Lula e seguir o caminho dessa era de prosperidade que se abre para o Pa�s. Seguirei com o mesmo olhar de prioridade para os avan�os sociais. No governo Lula, 24 milh�es de pessoas sa�ram da pobreza e 31 milh�es ascenderam � classe m�dia. N�o h� como o Brasil se dirigir para um momento de desenvolvimento pleno se n�s n�o erradicarmos a pobreza em todo o Pa�s e sermos uma na��o em que a maioria da popula��o seja de classe m�dia.

A atual gest�o foi marcada pela cria��o de in�meros cargos p�blicos e abertura de concursos. Qual � a sua opini�o sobre o assunto? Pretende continuar com essa linha?
Quando cheguei no Minist�rio de Minas e Energia, em 2003, havia um engenheiro na ativa para 20 motoristas. Era essa a rela��o t�cnica, num minist�rio que cuida de quest�es t�o relevantes como petr�leo, g�s, energia e combust�veis renov�veis. O governo Lula defende um Estado eficiente. Fizemos concursos p�blicos, investimos no funcionalismo. � preciso continuar investindo para se construir um Estado meritocr�tico, profissional e eficiente. Um bom exemplo dessas mudan�as foi a cria��o da carreira de analista de infraestrutura. Os minist�rios agora est�o tendo engenheiros, profissionais imprescind�veis para a implementa��o do PAC.

O atual governo tamb�m procurou trocar funcion�rios terceirizados por concursados. Qual � a sua posi��o sobre a terceiriza��o de cargos p�blicos?
O Estado tem que ter t�cnicos capacitados. N�o se pode olhar para o setor p�blico e supor que ele prestar� um servi�o de qualidade se n�o se incentivar o servidor. Mas h� uma realidade mundial em que �reas t�m flexibiliza��o para contratar sem concurso p�blico. O governo Lula assinou compromisso com o Minist�rio P�blico do Trabalho e est� promovendo a substitui��o de terceirizados irregulares, contratados nos anos 1990, por concursados. A terceiriza��o deve se restringir �s �reas previstas pela legisla��o.

O Brasil ir� sediar as pr�ximas Copa e Olimp�adas. Quais s�o seus planos de investimento nesses dois grandes eventos? Quais ser�o os reflexos disso na gera��o de empregos?
O pa�s � uma federa��o em que cada ente de governo tem seu papel na organiza��o da Copa. O planejamento foi formalizado num instrumento chamado de Matriz de Responsabilidades, que define quem deve fazer o qu�, em que tempo, quanto vai custar e qual a fonte dos recursos. A matriz � p�blica e pode ser consultada no site do Tribunal de Contas da Uni�o. O planejamento est� quase pronto, com a��es bem encaminhadas. O reflexo na gera��o de empregos ser� grande.

E quanto ao pr�-sal? De que forma a senhora planeja investir no setor? E qual � a previs�o de cria��o de postos de trabalho?
O marco regulat�rio do pr�-sal tem algumas diretrizes fundamentais. Primeiro: o petr�leo e o g�s pertencem ao povo. E o modelo de explora��o a ser adotado tem de assegurar que a maior parte da renda fique nas m�os do povo brasileiro. A segunda � que o Brasil n�o quer e n�o vai se transformar num mero exportador de �leo cru. Vamos agregar valor ao petr�leo, exportando derivados, como gasolina, diesel e produtos petroqu�micos. Vamos construir uma ind�stria fornecedora de equipamentos e servi�os necess�rios � explora��o. A terceira diretriz � que o pr�-sal � passaporte para o futuro. Al�m de gerar riqueza e desenvolvimento, deve ser a educa��o das novas gera��es, cultura, a preserva��o do meio ambiente, o combate � pobreza e uma aposta no conhecimento cient�fico e tecnol�gico, por meio da inova��o.

Quanto � sa�de p�blica, a senhora tem planos espec�ficos para aumentar o n�mero de profissionais e, consequentemente, melhorar o atendimento � popula��o?
O Brasil deu passo imenso criando o SUS, cuja gest�o � dos munic�pios. Mas temos que completar. Tem que ter as Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs, com atendimento 24 horas. Neste ano, o governo est� criando cerca de 500 UPAs e vamos criar mais.

Algo mais a acrescentar, candidata?
O governo Lula j� criou, at� junho de 2010, 14 milh�es de empregos. Este resultado expressa o compromisso do governo, que darei continuidade, de que um pa�s n�o se desenvolve para todos se n�o houver justi�a social.

Fonte: Jornal de Bras�lia (30/08/2010)