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Os servidores do Ministério da Cultura foram os primeiros a receber, nesta

quarta-feira (27), a nova proposta do governo que prevê a anunciada repactução de prazos no acordo assinado ano passado. Pela proposta, os servidores teriam seu

reajuste dividido em quatro vezes e não mais em três, como havia sido firmado. Na nova tabela, a primeira etapa, que seria implantada agora em março, viria reduzida a

menos da metade. A outra parte só seria paga em janeiro do ano que vem. As demais parcelas seguiriam a ordem do acordo original sendo implantadas em julho de 2009 e

2010. A Condsef registrou o desapontamento da categoria, pois isso já caracteriza rompimento de acordo. Essas questões serão debatidas com a base em Plenária da

Cultura, já agendada para o dia 6 de março, quinta-feira. No dia 3, a Condsef volta ao Planejamento para continuar negociando a manutenção do acordo assinado com a

categoria. Há ainda a intenção do governo de encaminhar a proposta ao Congresso Nacional como Projeto de Lei (PL). Na avaliação da entidade, o melhor seria uma Medida

Provisória, que passa a vigorar no momento em que é publicada. Também nesta quarta, será negociada a situação dos servidores do Incra. A Condsef acredita que o

tratamento dado aos servidores da Cultura pode se repetir. A entidade já se prepara para debater com a base a resposta que será dada diante de um cenário de rompimento

de acordos. Arrecadação recorde x Pouco investimento público – Os servidores não estão satisfeitos com a postura do governo, já que os números da economia, que apontam

arrecadações recorde, vêm provar que o problema para manter os reajustes do funcionalismo não é de dinheiro. Para a Condsef, agindo dessa forma, o governo mostra mais

uma vez que sua prioridade não é melhorar a qualidade dos serviços públicos no Brasil. “O que é uma pena, já que nosso trabalho é fundamental não só para o

desenvolvimento da economia, mas para o atendimento da população deste país”, disse Josemilton Costa, secretário-geral. A Condsef lembra que, enquanto a arrecadação de

impostos aumenta, os serviços públicos pioram. “Isso mostra que o governo não repassa à população o dinheiro investido para que ela receba saúde, educação, infra-

estrutura, tecnologia, cultura, e toda a sorte de serviços essenciais”, comenta Costa.