.

Companheiros do Sintsep-GO participaram em Bras�lia, nesta �ltima quarta-feira, dia 25 de outubro, da audi�ncia p�blica promovida pela Comiss�o de Direitos Humanos do Senado, que retratou a luta dos trabalhadores intoxicados da extinta Sucam � muitos deles hoje pertencentes aos quadros do Minist�rio da Sa�de e Funasa. Al�m dos companheiros de Goi�s, participaram servidores dos estados do Acre, Rond�nia, Par�, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Alagoas, al�m do Distrito Federal.

A atividade, requerida pelo Senador Sergio Petec�o (PMN/AC) e presidida pelo Senador Paulo Paim (PT/RS), teve na mesa dos trabalhos integrantes da Funasa e do Minist�rio da Sa�de, al�m de S�rgio Ronaldo, representando a Condsef, e Aldo Moura, representando os servidores da Funasa do Acre. Al�m dos Senadores que comp�e a Comiss�o de Direitos Humanos, tamb�m se fizeram presentes � audi�ncia p�blica o Senador Valdir Raupp (PMDB/RO) e os Deputados Federais Mauro Nazif (PSB-RO) e Carlos Magno (PP-RO).

�Esta audi�ncia aglutina um trabalho que tem sido promovido em n�vel nacional pela Condsef, junto com os v�rios sindicatos e, em Goi�s, pelo Sintsep-GO, que realizou em 2010 e 2011 cinco semin�rios para discutir a quest�o dos intoxicados em cidades do interior e na capital do Estado. Estamos elaborando, inclusive, um v�deo documentando todo este trabalho�, informou o presidente do Sintsep-GO, Ademar Rodrigues, que defendeu em sua fala, durante a audi�ncia, a nacionaliza��o da luta dos intoxicados e a ado��o de medidas imediatas de repara��o e tratamento.

�Toda essa luta, embora a realidade se mostre com um dureza muito grande nos estados do norte, como Rond�nia e Par�, � nacional. Temos companheiros em situa��o muito dif�cil, Goi�s, por conta deste processo de intoxica��o, que deve ser reconhecido pelo governo. O Executivo deve pedir desculpas publicamente a todos esses companheiros, dizer que falhou com eles � que foi e est� sendo negligente � e conceder a justa repara��o, que envolve tr�s aspectos: indeniza��o imediata para os doentes e as fam�lias, custeio total do tratamento e aposentadoria especial�, afirmou Ademar, lembrando ainda dos projetos de lei que circulam no Congresso, dos deputados Zequinha Marinho e Perp�tua Almeida, que favorecem os servidores intoxicados.

A apresenta��o feita por Aldo Moura, al�m de diversas falas � feitas por companheiros de todo o Brasil � emocionaram os parlamentares. Tanto o senador Paulo Paim, quanto S�rgio Petec�o, afirmaram que n�o � poss�vel mais que os servidores � ao final desta atividade � n�o obtivessem respostas concretas de atitudes a serem tomadas pelo poder p�blico. �Uma reuni�o desta n�o pode ser apenas mais uma, de v�rias j� realizadas. � preciso dar resposta, j� estou com vergonha de me reunir com voc�s, em torno deste tema, e nada mudar�, afirmou Petec�o.

Ap�s ampla discuss�o sobre a situa��o dos servidores intoxicados, ficou decidido a forma��o de uma comiss�o mista composta por Senadores, Deputados Federais, representantes da Funasa, Minist�rio da Sa�de e Minist�rio da Previd�ncia Social, al�m de representantes da Condsef, visando encaminhar um conjunto de proposta elaboradas pelo encontro do setorial de sa�de da Condsef, realizado na quinta e sexta-feira (26 e 27 de outubro), cujo eixo concentra tr�s propostas b�sicas: indeniza��o por danos morais a todos os servidores que laboraram com DDT e demais organoclorados e organofosforados; tratamento de todos os que est�o doentes e a busca de uma aposentadoria especial para eles.

�Afirmar que a culpa � do �lcool � denegrir a condi��o humana destes trabalhadores�

Em uma fala tocada de emo��o e profundo conhecimento t�cnico acerca do assunto, o deputado Federal e m�dico de Rond�nia, Mauro Nazif, afirmou em alto e bom som que n�o h� mais o que se provar em torno da intoxica��o destes trabalhadores. �Afirmar que eles adoeceram desta maneira por conta de �lcool, ou de outros excessos que eles possam ter vindo a cometer, � denegrir profundamente a dignidade destes servidores. Eu n�o tenho palavras para classificar uma atitude como essa por parte da Funasa�, enfatizou.

�A constata��o da intoxica��o est� presente do fio de cabelo �s unhas dos p�s destes servidores. Quando os exames cl�nicos comprovam, a Funasa os rejeita e pede contraprovas de laborat�rios credenciados por eles que � estranhamente � nunca apontam estes quadros de intoxica��o. Ser� que somente a Funasa est� certa e todas as demais institui��es e m�dicos est�o errados?�, questionou.

�Para n�s, n�o basta apenas sensibilidade do Executivo, do Legislativo ou do Judici�rio � que j� emitiu in�meros laudos determinando tratamento de �desintoxica��o�. Agora, qual o motivo de um tratamento para desintoxicar se a pessoa n�o se encontra intoxicada? � preciso mais sensibilidade da Funasa e do Minist�rio da Sa�de para lidar com essa quest�o t�o delicada, que envolve a vida e a dignidade de centenas de trabalhadores em todo o pa�s�, finalizou o deputado.