Na semana em que Guedes prometeu enviar reforma Administrativa ao Congresso, Fonasefe voltou a tentar audiência com ministro. Em ato que reuniu diversas categorias em frente ao Ministério da Economia, nenhum representante recebeu os servidores. Sintsep-GO esteve presente na mobilização em Brasília

Sintsep-GO presente na tentativa de entrega da pauta de negociações da Campanha Salarial 2020, em frente ao Ministério da Economia.

O fórum que reúne servidores federais das Três Esferas (Fonasefe) esteve no Ministério da Economia nessa terça, 11/2, onde buscou uma audiência com o ministro da Economia Paulo Guedes. As entidades que compõem o fórum já haviam encaminhado em janeiro um pedido de audiência e, ontem, foram até o ministério protocolar a pauta de reivindicações que faz parte da Campanha Salarial Unificada 2020 dos servidores federais. Apesar das tentativas, a categoria não foi recebida por nenhum representante do ministério. Segundo informações obtidas pela comissão de representantes dos servidores que tentou ser recebida, incluindo a Condsef/Fenadsef, não há previsão de ser oficialmente respondida. O presidente do Sintsep-GO, Ademar Rodrigues, e o vice, Gilberto Jorge Cordeiro, estavam entre os servidores que não foram recebidos por Guedes.

Os servidores não deixaram o mal estar provocado pelo ministro Paulo Guedes na última sexta-feira, 7/2, passar em branco. Erguendo uma charge do cartunista Latuff, feita para a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços Públicos, cerca de cem servidores de diversas categorias protestaram por terem sido comparados a parasitas. Uma marchinha inspirada no clássico “A Jardineira”, de Benedito Lacerda e Humberto Porto, foi entoada. Em trecho a paródia cita relação do ministro com o Chile e o passado como Chicago boy. “É um banqueiro e só sabe especular. Como todo parasita ele quer privatizar”, diz outro trecho:

 

Com salários congelados há três anos, a maioria dos servidores segue indignada com o tratamento que vem sendo dado pelo governo ao setor público. Guedes pediu desculpas por comparar servidores a parasitas, mas as entidades querem explicações. Em palestra na Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ministro fez uma série de declarações baseadas em inverdades e que reforçam a narrativa do “servidor privilegiado e ineficiente” que interessa ao governo para aprovar a reforma Administrativa. As inverdades do discurso do ministro têm sido expostas por especialistas de diversos setores. O ex-banqueiro e economista renomado Eduardo Moreira fez um vídeo dedicado as incoerências dos números apresentados por Guedes sobre o setor público. 

Assista:

CDE com deputado Carlos Veras

Ademar Rodrigues e Gilberto Jorge representaram o Sintsep-GO no CDE da Condsef/Fenadsef.

Também nessa terça, 11/1, a Condsef/Fenadsef realizou reunião do seu Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) que contou com a participação do deputado federal Carlos Veras. O deputado se colocou a disposição para ampliar o debate sobre os projetos e propostas que tramitam ou ainda devem chegar ao Congresso Nacional e afetam diretamente servidores e serviços públicos. As PEC´s 186, 187 e 188 que fazem parte do chamado pelo governo de “Plano Mais Brasil” e vem só complementar o que a EC 95/16, que congela investimentos públicos por 20 anos, estão nessa lista de propostas.

Representantes das entidades filiadas à Confederação em todo o Brasil debateram novas estratégias e ações para enfrentar os ataques constantes que setor público e servidores vêm sofrendo. Os servidores se articulam para buscar apoio de parlamentares, o que será fundamental no processo de diálogo em torno da proposta que, pelo que se sabe até o momento, pode piorar em muito o processo de desmonte dos serviços públicos brasileiros. 

Nessa quarta, 12/2, a Condsef/Fenadsef participa de atividade da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços Públicos no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados. Os sinais de colapso no setor já vem sendo sentidos. O retorno das filas no INSS é um dos reflexos mais críticos. Frente a todos esses desafios, outro se apresenta como urgente: ampliar o diálogo com a sociedade que é também tarefa central da categoria. Durante o carnaval, os servidores devem levar para as ruas esse diálogo de modo a atrair a atenção de quem estiver na folia. Em todo o Brasil, o carnaval é um período conhecido não só pela diversão como pela irreverência e protestos de foliões em fantasias criativas que denunciam e criticam realidades vividas pela sociedade.