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Ainda sem respostas do governo, servidores do Executivo se unem ao Judiciário, INSS, professores e técnicos das Universidades, somando forças ao movimento de pressão dos servidores por um fim aos impasses instalados na mesa de negociações no Ministério do Planejamento

A Condsef tem recebido informações diárias que mostram o aumento dos movimentos de mobilização e paralisação de atividades de diversas categorias de servidores federais em todo o Brasil. A entidade, que representa 80% dos servidores do Executivo Federal, já registra paralisações em 18 estados e no Distrito Federal. Confira também imagens dos movimentos pelo Brasil que estão sendo enviadas pelas entidades filiadas e também por servidores mobilizados nos estados e que são postadas frequentemente na página institucional da Condsef no Facebook. Unidos aos servidores do Judiciário, INSS, professores e técnicos das Universidades, somam forças ao movimento de pressão dos servidores por um fim aos impasses instalados na mesa de negociações no Ministério do Planejamento – servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Saúde Indígena, Funasa, INPI, Agricultura, Funai, Ibama, Iphan, Incra, Instituto Evandro Chagas, administrativos fazendários, da AGU e também da PRF, Sesai, Dnocs, Ipen e outros em todas as regiões do País.

A Condsef aguarda ainda uma resposta da Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento alternativa ao índice de 21,3% dividido em quatro anos, já rejeitado pela categoria. O governo cristalizou a aceitação desta proposta ao avanço de outros itens que interessam a categoria como a discussão de reajuste de benefícios (auxílio-alimentação, creche, plano de saúde) e debate sobre novas regras que considerem a média de pontos de gratificação para fins de aposentadoria. A insatisfação dos servidores do Executivo aumenta na medida em que o governo também dá sinais de que oferece tratamento diferenciado a outros setores. Essa semana foi anunciada proposta alternativa aos 21,3% em quatro anos para servidores do Judiciário. Essa alternativa teria sido fruto de um entendimento entre Planejamento e Supremo Tribunal Federal (STF) que traria índices superiores a 40%.

Os servidores do Judiciário seguem lutando para garantir atendimento de uma demanda específica do setor que representa, inclusive, índices acima de 40% necessários para repor perdas que a categoria acumulou ao longo dos anos. É legítimo que os servidores do Judiciário reivindiquem questões específicas, mas os servidores do Executivo, que enfrentam problemas estruturais, inclusive mais graves, não vão aceitar de forma passiva ser tratados pelo governo com diferenças mantendo e aprofundando distorções brutais entre os trabalhadores.

A Condsef segue recomendando aos servidores de sua base que reforcem as mobilizações nos estados, ampliem os movimentos de paralisação em seus locais de trabalho. Sem luta dificilmente serão alcançados os avanços esperados. “Historicamente a consolidação de conquistas e manutenção de direitos é feita com muita resistência e não será diferente agora”, reforçou o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva. “A pressão deve ser permanente e é fundamental nesse momento”, diz.

Esse cenário desfavorável exige que os servidores intensifiquem o processo de mobilizações se quiserem conquistar avanços e destravar os impasses instalados no processo de negociações. Com o tempo limitando cada vez mais o processo de negociações, somente um intenso movimento de unidade e pressão poderá mudar essa lógica imposta pelo governo.

Sintsep-GO com Condsef