servidores da casai go discutem demandas no sintsep go
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Um total de 28 servidores da Casa de Sa�de Ind�gena de Goi�nia (Casai-GO) realizaram na manh� desta ter�a-feira, dia 15, sob a intermedia��o do Sintsep-GO, uma reuni�o com a administra��o do Distrito Sanit�rio Especial Ind�gena Araguaia (Dsei Araguaia), que esteve representado pelo administrador Milton Martins de Souza e pelo respons�vel da �rea de recursos humanos Vitorino Cunha da Silva. O objetivo do encontro foi dirimir problemas enfrentados pelos trabalhadores, relacionados � falta de estrutura, � superlota��o da casa e a total falta de condi��es de trabalho junto aos �ndios que, revoltados, passaram a amea�ar cotidianamente os servidores. (Confira aqui mais fotos da reuni�o).
Ap�s as duas reformas administrativas da Funai e com a cria��o da Secretaria Especial de Sa�de Ind�gena (Sesai), a Casai-GO se tornou subordinada � administra��o do Dsei Araguaia, o que gerou uma s�rie de problemas administrativos cotidianos, em fun��o da dist�ncia e da burocracia que passou a envolver os procedimentos relativos ao funcionamento da Casa.
Na reuni�o, os trabalhadores relataram de forma dura uma realidade que tem adoecido f�sica, emocional e psicologicamente aqueles que deveriam contribuir com a retomada da sa�de dos povos ind�genas atendidos na rede de Sa�de goianiense.
�A casa, que comporta 60 �ndios bem acomodados, tem tido uma m�dia de 180 a 200 �ndios. N�s n�o temos len��is, nem camas. Eles dormem no ch�o. O servi�o de limpeza � insuficiente, tornando o ambiente n�o somente insalubre, mas repugnante. N�o h� sab�o nem sabonete suficiente. Os banheiros n�o t�m portas, as pias est�o quebradas. Aquilo l� se parece mais uma senzala. N�s estamos no limite do stress, na falta de tudo�, relataram.
Por n�o compreenderem a burocracia, os �ndios quase sempre acham que a culpa � dos servidores, havendo inclusive casos de amea�a com arma de fogo. �Como os �ndios ficam acomodados em condi��es subumanas, eles ficam nervosos, furtam coisas uns dos outros e da pr�pria casa. N�s sequer temos pessoas para fazer essa seguran�a. N�s estamos pedindo socorro, n�o sabemos mais o que fazer�, testemunham.
De acordo com Milton, apesar das dificuldades, est�o sendo redigidos novos contratos para melhoria do servi�o de limpeza (24 horas) e tamb�m de alimenta��o. �Podemos ver a condi��o de contratar uma pessoa para ficar por conta da manuten��o do pr�dio, de coisas que estragarem tamb�m. Temos R$ 81 mil destinados a reformas e projetos aprovados para constru��o de uma nova Casai que, infelizmente, n�o foi levado adiante contra a nossa vontade�, explicou.
Os servidores queixaram-se ainda da dist�ncia entre Goi�nia e a administra��o da Casai, no Mato Grosso, e sugeriram que a administra��o da casa fosse passada para Bras�lia. �Seria bem mais f�cil de administrar tudo, j� que � bem mais pr�ximo�, defenderam.
A principal proposta, no entanto � constru�da pelo Sintsep-GO com o consenso de todos os servidores � � a de buscar junto a Sesai a transforma��o da Casai-GO em Casa de Sa�de Ind�gena de refer�ncia nacional � por receber �ndios de todo o pa�s. �Isso aumentaria o or�amento da Casa e criaria uma rubrica espec�fica, administrada pelo Dsei, com destina��o exclusiva �s demandas da Casai-GO�, pontuou o tesoureiro da entidade, Ademar Rodrigues.
Para dar encaminhamento �s decis�es, foi criada uma comiss�o entre os servidores, com o objetivo de formatar um documento contendo todas as demandas da Casai-GO sejam elas emergenciais, sejam de curto, m�dio e longo prazo. Esse documento ser� discutido nas mesas de negocia��o do SUS (estadual e nacional), nas inst�ncias decis�rias da Condsef �e, se necess�rio, at� mesmo com o Ministro da Sa�de�, pontuou o presidente da entidade, Vicente Ribeiro. Os trabalhos da comiss�o j� ser�o iniciados na pr�xima semana.