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Oposição vai para cima de governistas para evitar o atropelo do Projeto de Lei

A bancada governista do Senado recuou em nova tentativa de aplicar mais um golpe nos direitos da classe trabalhadora após pressão da oposição, que forçou a tramitação regulamentar de acordo com o regimento interno da Casa. Com isso, os parlamentares do PT, PCdoB, Rede e parte do PSB conseguiram adiar a leitura do relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB/ES) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Após muita discussão com a presidente da CAS, Marta Suplicy (PMDB/SP), e com o líder do governo Romero Jucá (PMDB/RR), na manhã desta quinta-feira (08), os prazos deverão correr conforme o acordado, sem manobras para acelerar o processo. Assim, o relatório será lido apenas na próxima terça-feira (13) e a votação da comissão está prevista para ocorrer dia 20 de junho.

Para o senador Lindberg Farias, que assume a liderança da bancada petista no Senado em substituição à Gleisi Hoffman, eleita no último fim de semana presidenta nacional do PT, este é um dos momentos mais delicados da história do Brasil. As reformas que estão sendo propostas podem quebrar o país, diz.

“Hoje conseguimos essa grande vitória de não deixar que o relatório fosse lido na Comissão de Assuntos Sociais. O que queremos aqui é ganhar tempo porque esse governo não se sustenta por muito mais tempo”, analisou o senador petista.

Ainda conforme o entendimento entre os parlamentares ficou estabelecido que a leitura do relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), cujo presidente é Romero Jucá, deverá acontecer no dia 21 de junho, com votação prevista para o dia 28 de junho.

A partir de então, o PLC 38/2017 que trata de destruir os direitos trabalhistas da sociedade brasileira com o desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), poderá ir a plenário. Se o projeto de lei for aprovado, vai para sanção presidencial. Caso seja mexido, retorna à Câmara para que as alterações sejam submetidas ao voto dos deputados e, se reprovado, será arquivado.

Pressão das ruas
Conforme o secretário-geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, junho será o mês de resistência da classe trabalhadora. A CUT, em conjunto com as outras centrais sindicais destacou o 20 de junho para preparar a próxima greve geral, prevista para acontecer dia 30 de junho. “Faremos assembleias nas portas de fábrica e participaremos do ato unificado no 20/06, o nosso Esquenta, porque percebemos que o sistema político está tentando operar com ou sem Temer e, por isso, temos de fazer luta pelo Fora Temer, contra as reformas e por Diretas Já, que nos permitirão não só resistirmos às reformas, mas também colocarmos o Brasil nos trilhos”, reforçou o dirigente.

Fonte: CUT