.

Dados que a maioria dos servidores públicos no Brasil conhece e sente na pele no dia a dia de seu trabalho foram divulgados em estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Da mesma forma que o levantamento encomendado pelo Sintsep-GO ao Dieese apontou o deficit gritante de servidores federais no estado (clique para ler a matéria), o estudo faz o mito do “inchaço” na máquina pública cair por terra e mostra que falta mão de obra para trabalhar no setor público no país. A taxa de trabalhadores públicos na faixa economicamente ativa é de 10,7% e está entre as menores do mundo. Os dados são de 2005. Mas para a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) a realidade continua a mesma hoje, mostrando que a abertura de concursos e os investimentos públicos são essenciais para dar conta de atender a população com serviços públicos de qualidade.

Essa também foi a conclusão a que chegou o Ipea. Para o pesquisador do instituto, Fernando Mattos, o estudo mostra a necessidade de ampliar o acesso dos brasileiros aos serviços públicos, além de ampliar o quadro de pessoas que realizam esses serviços. A pesquisa revelou que em países desenvolvidos como Dinamarca e Suécia a relação de servidores trabalhando para o Estado é de mais de 30% da população economicamente ativa. Na América Latina o Brasil ocupa apenas a 8ª posição dessa relação população/servidores.

Para a Condsef esse quadro mostra que o país não investe de forma adequada na contratação de servidores e conseqüentemente prejudica a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população. “É importante que esta pesquisa esclareça para a sociedade que a qualidade dos serviços prestados à população como saúde, educação, segurança, e outras áreas essenciais, está diretamente ligada à falta de estrutura oferecida pelo próprio Estado à sociedade”, diz Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Condsef.

Qualificação e mão de obra caminham juntas
A Condsef entende também a necessidade de o Estado promover a permanente qualificação dos servidores que atuam no setor público. “Para levar a qualidade dos serviços públicos à população é preciso unir a mão de obra necessária à qualificação permanente daqueles que atuam para prestar serviços à sociedade”, reforçou Silva.

Nas conferências regionais de Recursos Humanos que estão acontecendo nas cinco regiões do Brasil e que preparam a 1ª Conferência Nacional da Administração Pública, a Condsef e suas entidades filiadas defendem a ampliação dos concursos e uma política eficaz de qualificação para os servidores. “É papel do Estado assegurar investimentos para que os impostos pagos pelo contribuinte sejam revertidos em serviços de qualidade”, defendeu Sérgio Ronaldo.

Propostas para melhorar a administração pública
Os números divulgados pelo Ipea dão força para justificar muitas reivindicações feitas pelos servidores públicos. A entidade discutirá esses dados na Conferência Nacional de Recursos Humanos que acontece em Brasília entre os dias 6 e 9 de julho. Veja aqui documento da Condsef e suas filiadas que propõe a defesa do ponto de vista dos trabalhadores públicos nos diversos temas que serão debatidos para melhorar a administração pública no país.

Fonte: Sintsep-GO com Condsef