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Setores da mídia tradicional começam a veicular matérias que buscam justificar a necessidade de se adotar manobras fiscais para fechar as contas do governo e manter os interesses dos especuladores e dos grandes grupos econômicos

Tão logo a Reforma da Previdência foi derrubada, graças à mobilização da classe trabalhadora brasileira em todo o país, veículos da grande mídia constroem um cenário apocalíptico para as contas públicas do Brasil, elegendo como bodes expiatórios responsáveis pela insolvência financeira os salários dos servidores e as despesas previdenciárias.

Exemplo disso foi a reportagem trazida pelo Correio Braziliense dessa terça-feira, 20 de fevereiro, que afirma em seu título que o “próximo presidente já pode se eleger com risco de impeachment”. De acordo com o jornal, com o enterro da Reforma da Previdência, o atual governo golpista tem apenas uma saída: modificar a chamada “regra de ouro” (prevista no artigo 167 da CF) – que proíbe o governo de se endividar para cobrir despesas correntes, como salários e aposentadorias. Segundo a matéria, “o descumprimento é visto como inevitável em 2019, o que implicará crime de responsabilidade fiscal, caso nada seja feito. Para evitar o pior, a equipe econômica estuda ‘alternativas jurídicas’, sendo necessária, possivelmente, uma mudança na Constituição Federal”.

Entre as possíveis alternativas jurídicas, o jornal destaca que será necessário: ou mudar a regra de ouro, ou enviar um projeto de lei complementar para autorizar o descumprimento da legislação por um período determinado. Nessa altura da discussão, vale a pena lembrar que o governo golpista está construindo uma brecha para “legalizar” uma imensa “pedalada fiscal”, seja de forma perene ou transitória. É preciso ressaltar que, por muito menos que isso, a presidenta Dilma sofreu o golpe do impeachment, sendo afastada e substituída pela quadrilha que, agora, à frente do Executivo, recorre à opinião pública para justificar a necessidade de se legalizar – mesmo que momentaneamente – a referida manobra (pedalada) fiscal.

O jornal encerra a matéria deixando claro quem são os vilões: “metade dos gastos são voltados para benefícios previdenciários e o restante para o custeio com salários, investimentos e outras áreas”. Nas palavras do economista Gil Castello Branco, fundador da ONG Contas Abertas, “ou o governo diminui drasticamente as despesas ou eleva a receita, mas aumentar impostos é difícil. Há a possibilidade de reduzir isenções fiscais e subsídios a grandes grupos, cuja soma chega a quase R$ 400 bilhões por ano, mas o governo não tem condição política de mexer nessa casa de marimbondo”.

Em outras palavras: é mais fácil cobrar a dívida de trabalhadores, servidores, idosos, pensionistas e aposentados do que obrigar que banqueiros, empresários e grandes conglomerados paguem aquilo que devem à Previdência.

Isso mostra apenas uma coisa, a COVARDIA deste governo, que sacrifica sua população em função dos interesses econômicos de banqueiros, especuladores e grupos transnacionais. Definitivamente, para a classe trabalhadora brasileira, não há outra saída senão extirpar a quadrilha de Michel Temer do Executivo e a corja de deputados e senadores que legislam a partir de interesses dos grupos acima mencionados. Fora golpistas!